Qual o conceito de liberdade de expressão de José Serra?

Artigo eleaborado pelo jornalista Antonio Biondi, sugerido por Iano Flávio, militante do Coletivo Intervozes e técnico administrativo da UFRN.

Qual o conceito de liberdade de expressão de José Serra?

José Serra não lida bem com perguntas que questionem seus pontos de vista. Coloca-se como um defensor da liberdade de imprensa, mas desrespeita jornalistas que publiquem matérias desfavoráveis a seus interesses.

Em 27 de setembro de 2010, Marina Silva deu declarações que ajudam a entender o padrão de comportamento do presidenciável com a imprensa: “Tenho ouvido reclamações nos últimos dias que o ex-governador José Serra tem ficando nervoso quando fazem perguntas que ele não gosta. Ouço também relatos de que há uma tentativa de intimidação dele aos jornalistas. Existem duas formas de tentar intimidar a imprensa. Uma é aquela que vem a público e coloca de forma infeliz uma série de críticas. Outra é aquela que, de forma velada, tenta agredir jornalistas, pedir cabeça de jornalista, o que dá na mesma coisa, porque o respeito pela democracia e pela liberdade de imprensa é permitir que a informação circule. Serra constrange e tenta intimidar jornalistas”.
(Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/eleicoes/marina+critica+serra+por+tentar+intimidar+a+imprensa/n1237785254076.html)

Se você é jornalista e trabalha em uma redação já deve ter ouvido alguma história sobre telefonemas que ele teria dado a donos e diretores pedindo a demissão de repórteres “irresponsáveis”. Decidimos reunir apenas episódios concretos, públicos e comprováveis, para que o eleitor tenha ferramentas para ajustar sua percepção à realidade.

13 de outubro de 2010
Vítima: Valor Econômico (repórter Sérgio Bueno)
O repórter Sérgio Bueno fez pergunta sobre Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto. E ouviu do candidato: “Seu jornal faz manchete para o PT colocar no horário eleitoral. Eu sei que, no caso, vocês não têm interesse na Casa Civil, naquilo que foi desviado. Seu jornal, pelo menos, não tem. Agora, no nosso caso, nós temos.” Horas depois, a diretora de redação do Valor, Vera Brandimarte, ensinou: “O jornalista [Sérgio Bueno] só estava fazendo o trabalho dele, que é perguntar. Todos os candidatos devem estar dispostos a responder questões, mesmo sobre temas que não lhes agradem”.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po1410201008.htm

28 de setembro de 2010
Vítima: Folha de S.Paulo (repórter Breno Costa)
Em Salvador, diálogo entre o repórter Breno Costa, da Folha, e o candidato do PSDB. “Candidato, nesses últimos dias de campanha, qual deve ser a [sua] estratégia?”. Resposta de Serra: “Certamente não é perder tempo com matéria mentirosa como a que você fez”. Sobre a matéria, explicação da Folha: “Serra referia-se à reportagem que mostrou ressalvas feitas por técnicos do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo no ano de 2009, quando ele era governador. As objeções técnicas do TCE-SP, que aprovou suas contas, referiam-se a ações que, hoje, fazem parte da lista de promessas do tucano”.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po2909201010.htm

15 de setembro de 2010
Vítima: CNT/Gazeta (entrevistadores Márcia Peltier e Alon Feurwerker)
Serra irritou-se durante gravação e ameaçou deixar o programa “Jogo do Poder”, da CNT, comandado por Márcia Peltier e Alon Feurwerker. Ele não gostou de perguntas feitas e depois de dizer que estavam “perdendo tempo” com aqueles assuntos, passou a discutir com Márcia. Disse que, em vez de tratarem do programa de governo, estavam repetindo “os argumentos do PT”. Em seguida, levantou-se para deixar o estúdio. “Não vou dar essa entrevista, você me desculpa. Faz de conta que não vim”, disse Serra, reclamando que a entrevista não era um “troço sério”. Logo depois, pediu que os equipamentos fossem desligados e disparou: “Isso aqui está um programa montado.” A apresentadora negou com firmeza a acusação e teve uma conversa reservada com Serra. Só então o candidato aceitou voltar ao estúdio.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po1609201022.htm


7 de agosto de 2010
Vítima: TV Cultura – Gabriel Priolli
No final da tarde, Fernando Vieira de Mello, vice-presidente de conteúdo, chamou Priolli à sua sala para comunicá-lo de seu afastamento da direção de jornalismo da emissora. O episódio aconteceu apenas 5 dias depois de Priolli assumir o cargo. Ele havia encomendado uma reportagem sobre pedágios. A Folha escreveu sobre o episódio: “Nos corredores da emissora e na blogosfera, circula a informação de que, por trás da saída de Priolli, está uma reportagem sobre problemas e aumento nos pedágios. A reportagem teria sido “derrubada” – jargão para o que não é veiculado – por Mello. “A reportagem não foi ao ar na quarta-feira por uma razão simples: não estava pronta”, diz Mello. “Eram ouvidos só [Geraldo] Alckmin e [Aloísio] Mercadante. Em período eleitoral, somos obrigados a ouvir todos os candidatos. Foi isso que fizemos”, acrescenta. Dias antes, outra dança de cadeiras originou rumores sobre a influência do governo estadual sobre a TV. Segundo estes, Heródoto Barbeiro teria sido substituído por Marília Gabriela no Roda Viva por ter feito uma pergunta incômoda a Serra.
Escreveu o Observatório da Imprensa: “Explicações complicadas terão que ser dadas pelo candidato à presidência José Serra – acusado de ter pedido a cabeça dos jornalistas”
Fonte: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=597IPB010


23 de agosto de 2010
Vítima: TV Brasil
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, se irritou com uma pergunta de uma jornalista da TV Brasil, emissora estatal, sobre o fato de a propaganda na TV completar uma semana hoje e a expectativa
do tucano de conseguir reagir nas pesquisas. “Pergunta lá pro seu pessoal na TV Brasil. Eles têm uma opinião”, disse Serra.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/787723-serra-se-irrita-com-pergunta-de-jornalista-da-tv-brasil.shtml


Julho de 2010
Vítima: Rádio Mirante AM, do Maranhão – repórter Mário Carvalho

Serra irritou-se quando foi perguntado sobre o que faria para diminuir sua rejeição no Nordeste. Respondeu: “Onde você viu essa informação? Você está fazendo campanha para Dilma”. “No Ibope e no Datafolha”, disse Carvalho. “De qual emissora você é?” “Da Mirante AM”. “Não é rádio do Sarney? Eu não sei aonde você viu isso. Vamos fazer uma coisa, você quer fazer propaganda pra Dilma? Eu acho legítimo que sua rádio e você faça campanha para Dilma. Não tenho nada a me opor. Agora não venha falar
mentira. Tudo bem, faz a campanha direto”, disse, gritando, Serra.


16 de julho
Vítima: TV Globo – Fábio Turci

O repórter Fábio Turci dirige a Serra uma pergunta sobre juros. O perguntado não esconde sua irritação, e indaga com a devida veemência: “De onde você é?” Turci esclarece ser da Globo. E Serra, de pronto: “Ah, então desculpe”.
Fonte: http://www.cartacapital.com.br/politica/pesos-e-medidas

22 de junho de 2010
Vítima: TV Cultura – Mediador Heródoto Barbeiro

“Como o estado poderia prestar serviço não cobrando pedágios tão caros como são cobrados no estado de São Paulo? A gente viaja por aí e as pessoas reclamam que para ir de uma localidade à outra custa R$ 8,80”, questionou o jornalista. “Você tá transmitindo o que o PT vive dizendo”, acusou. O candidato explicou que o modelo de privatização de rodovias de São Paulo passou por mudanças em seu governo. “Nós mudamos o modelo de concessões e os pedágios baixaram em relação aos elementos anteriores”. Ao final da discussão, Serra classificou as indagações do jornalista de “trololó petista” e condenou Barbeiro por não apresentar resultados do governo tucano em São Paulo. “Essas perguntas têm sempre de vir acompanhadas de resultados”, exigiu o tucano. Logo depois, Barbero deixou a bancada do programa, dando lugar a Marília Gabriela.
Assista ao bate-boca: http://www.cafenapolitica.com/wordpress/?p=1751

29 de maio de 2009
Vítima: Estadão – repórter Sandro Villar
Escreveu o Estadão: “A entrevista coletiva foi tumultuada. A segurança reprimiu os jornalistas com certa dose de truculência. O governador fugiu das perguntas políticas. Ao ser perguntado pelo repórter do Estado se faria dobradinha com Aécio Neves na eleição para a presidência, Serra se irritou. “Pensei que você veio para perguntar sobre o hospital”, respondeu (em referência a uma pauta publicada). Um segurança agarrou o repórter na frente do governador, que condenou a atitude do rapaz (do repórter!) e soltou um sonoro palavrão impublicável.Villar declarou, em correspondência a Luis Carlos Azenha: “Não faz muito tempo surgiram informações de que o Serra foi submetido a um cateterismo realizado secretamente na calada da noite. Eu queria perguntar isso ao governador para ele desmentir ou não. Mas, pela segunda vez, fui agredido pela segurança de Sua Excelência. Protestei e disse que nem na época da ditadura militar fui tratado com tanta truculência”
Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,professores-chamam-serra-de-ditador-em-presidente-prudente,379226,0.htm

10 de maio de 2010
Vítima: Rádio CBN (Comentarista Miriam Leitão)
Em entrevista pela manhã, Miriam perguntou se o presidenciável respeitaria a autonomia do Banco Central ou se presidiria também a instituição, caso vencesse a eleição. Serra primeiro respondeu que a suposição da jornalista era “brincadeira”. Em seguida, disse, ríspido: “Você acha isso, sinceramente, que o Banco Central nunca erra? Tenha paciência!” Questionado se interviria na instituição ao se deparar com um erro, Serra interrompeu Miriam: “O que você está dizendo, vai me perdoar, é uma grande bobagem.”


10 de maio de 2010
Vítima: Rádio Nacional

Relato da Folha de S. Paulo: Um repórter da Rádio Nacional, emissora estatal, perguntou se o tucano acabaria com o Bolsa Família. Serra reagiu de forma ríspida. “Por que a pergunta? Porque disseram para você que eu vou acabar? Então eu gostaria de saber a fonte. Isso é uma mentira total”, afirmou. Em outro momento de irritação, Serra não quis detalhar sua posição referente à divisão dos royalties do pré-sal. “Não vou ficar repetindo.” Assessores de Serra procuraram repórteres para pedir desculpas pelo tom do tucano, que chegou ao evento com 40 minutos de atraso.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc2005201009.htm

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FHC e Paulo Renato: uma década de atraso na educação

Da Rede Brasil Atual

São Paulo – Principal nome do candidato à Presidência da República José Serra (PSDB) para a educação, num eventual governo tucano, o economista Paulo Renato Souza é classificado como um dos quadros mais competentes do partido quando se trata de implantar ou continuar um projeto neoliberal de educação. Em seu currículo, porém, consta a participação em leis polêmicas como a que praticamente proibiu a expansão do ensino técnico federal em 1998, quando foi Ministro da Educação no governo do ex-presidente Fenrnando Henrique Cardoso (1995-2002). O economista é o atual secretário de Educação do estado de São Paulo.

Paulo Renato também é relacionado a políticas de governo que teriam levado à estagnação das universidades públicas federais, expansão das universidades privadas e implantação de um modelo de educação voltado para o mercado.

Ações implementadas durante a gestão do tucano também seriam responsáveis pelo atraso de mais de uma década na educação brasileira, afirmam fontes ouvidas pela Rede Brasil Atual, como o deputado federal Carlos Abicalil (PT-MT), membro da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados.

Para Abicalil, um dos primeiros atos de Paulo Renato, à frente do MEC, é capaz de resumir seus oito anos de atuação (1995-2002) como ministro. O parlamentar se refere ao descumprimento do Compromisso Educação para Todos firmado no governo Itamar Franco, em que Fernando Henrique Cardoso era ministro da Fazenda.

O compromisso, firmado em outubro de 1994 – para começar a valer em outubro de 1995 – teria sido ignorado pelo tucano. “Lamentavelmente, o dado inicial da gestão Paulo Renato foi de desconhecimento dessa matriz firmada publicamente na Conferência Nacional de Educação para Todos”, declara o parlamentar. “Um compromisso reconhecido e coordenado por autoridades da Unesco, assinado por FHC e Itamar”, recorda. O compromisso estabelecia piso para os professores, diretrizes de carreira e a criação do programa nacional de formação de docentes.

Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Franklin de Leão, as discussões da conferência foram deixadas de lado pelo então ministro. “Ele ‘deletou’ tudo isso”, enfoca.

Abicalil estima que se o Compromisso Educação Para Todos fosse cumprido desde 1995, o Brasil teria outro patamar de qualidade na educação. “Seguramente teríamos uma outra condição de carreira e remuneração dos professores da educação”, afirma. “Mais do que isso, o patamar de qualidade estaria uma década adiante”, vaticina o parlamentar.

Ele também atribui ao ex-titular do MEC a lei que inibiu a criação de escolas técnicas federais, o estrangulamento da formação profissional da juventude, o sucateamento das universidades federais e a explosão das instituições privadas no ensino superior. “Paulo Renato aplicou o receituário neoliberal para países subordinados. Não é o receituário neoliberal para países capitalizados. Lá se tem universalização do ensino técnico. Na França de Sarkozy só há universidades públicas”, revela.

“Esse é um dado importante e relevante para entendermos o que significa ter o retorno desse tipo de gestão no caso da educação básica”, prevê o parlamentar.

Educação fundamental

Motivo de elogios e críticas, em 1996, Paulo Renato lançou o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). O fundo destinava recursos para o ensino fundamental, antes desenvolvido de 1ª a 8ª série, por meio de redistribuição dos recursos provenientes de impostos aplicados pelos municípios e estados. Mas só entrou em funcionamento em 1998.

Em 2006, durante o governo do presidente Lula, foi substituído pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que passou a abranger também a educação infantil, o ensino médio e a educação de jovens e adultos.

O foco do Fundef, única e exclusivamente voltado para o desenvolvimento do ensino fundamental, foi um equívoco do governo de Fernando Henrique, avalia o presidente da CNTE. “No governo FHC vigorava a teoria do foco, o do ‘vamos trabalhar numa determinada etapa da educação’, em detrimento de todos os outros níveis”, suscita Leão. “Não foi à toa a escolha da etapa do ensino fundamental porque daria o mínimo de conhecimento para os alunos. Todos em tese sairiam dessa etapa sabendo ler e escrever e está tudo bem”, analisa.

A opção exclusivamente pelo ensino fundamental teria levado o Brasil ao índice de 94% das crianças nas escolas. Mas não é tão significativo assim, diz Abicalil. “Esse índice vinha se acelerando no período anterior. Hoje é de 98%. É uma demanda social irrefutável depois do processo de urbanização aceleradíssima”, define.

Apesar do índice marcante de crianças na escola, o Fundef, e a gestão de Paulo Renato de forma geral, teria desprezado outros níveis de educação, importantes para a população brasileira. “Ele não enfrentou os temas da educação infantil e daqueles que estavam com a idade fora da série correspondente”, avalia Abicalil.

O deputado analisa que o discurso do ex-ministro sempre se ateve à universalização da matrícula para depois alcançar a qualidade. “(Ele) Nunca teve uma visão sistêmica, orgânica do processo educativo como educação pública. Menos ainda protagonismo da união na condução de políticas universais”, diz o parlamentar.

Para o professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), Rubens Barbosa de Camargo, o Fundef  de certa maneira estabeleceu melhores condições de ensino no Norte e Nordeste, apesar de ter representado o empobrecimento de outros níveis de ensino. “O Fundef deu pelo menos um alento para essas redes e esses professores. A gente percebe que inclusive teve alguma melhoria de salário para os professores”, contextualiza.

O especialista em gestão de sistemas e unidades escolares e financiamento da educação cita outro projeto positivo do período de Paulo Renato. “Um programa de alfabetização, o Profa, apresentou coisas boas, mas é preciso avaliar com cuidado a forma como foi feito”, ressalva.

O programa estabeleceu um tipo de metodologia de alfabetização de crianças pequenas muito interessante por ter aplicabilidade a diferentes lugares, conta o especialista. Mas deixou a desejar em termos de desenvolvimento de noções de cidadania. “Você quer (da tarefa de educar) que a criança leia o mundo, não só palavras”, explica Camargo.

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Popularidade: Lula x FHC

Mais uma comparação Lula x FHC. Esta foi elaborada por Breno Medeiros, técnico administrativo da UFRN.

FHC x LULA

Oito anos depois, leia atentamente o que dizia reportagem da Folha de São Paulo sobre a aprovação ao Governo Fernando Henrique Cardoso e o que o mesmo jornal diz hoje sobre a aprovação ao Governo Lula. Não vou fazer julgamentos, apenas compare e tire suas próprias conclusões.

Atenciosamente,

Breno Medeiros

19/10/2002 – 17h21

Melhora aprovação ao governo FHC, diz Datafolha

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u40774.shtml

da Folha de S. Paulo
A avaliação que os eleitores fazem do presidente Fernando Henrique Cardoso teve uma leve melhora na semana passada, mas isso não beneficiou o candidato governista, José Serra (PSDB).
Segundo o Datafolha, 26% dos entrevistados ouvidos em pesquisa ontem disseram que consideram o governo FHC ótimo ou bom. No levantamento da sexta-feira anterior, dia 11, FHC obteve taxa de “ótimo/bom” de 23%.
A oscilação de três pontos foi acima da margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Nesse intervalo de uma semana, o índice de “regular” de FHC caiu de 42% para 38%, o de “ruim/péssimo” se manteve em 32%, e o dos que não souberam responder passou de 3% para 4%.
Quando se olha apenas para essa fatia de cerca de um quarto do eleitorado que avalia bem FHC, Serra teve sua vantagem sobre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diminuída. Em 11 de outubro, entre quem avalia o governo FHC como ótimo ou bom, 57% tinham intenção de votar em Serra no segundo turno, e 36%, em Lula _diferença de 21 pontos. Na pesquisa de anteontem, a vantagem do tucano sobre o petista caiu para 15 pontos (55% a 40%).
A aprovação (taxa de “ótimo/ bom”) de FHC é maior entre os eleitores com 60 anos ou mais (31%), os com renda acima de R$ 2.000 (30%), os das regiões Sul (30%) e Norte/Centro-Oeste (31%), e os que moram no interior (29%).

 26/10/2010 – 20h00

Com 83%, aprovação ao governo Lula bate recorde histórico, mostra Datafolha

http://www1.folha.uol.com.br/poder/820667-com-83-aprovacao-ao-governo-lula-bate-recorde-historico-mostra-datafolha.shtml

DE SÃO PAULO

Maior cabo eleitoral da presidenciável Dilma Rousseff (PT), o presidente Lula também está se beneficiando do período eleitoral.

Pela terceira semana consecutiva, a avaliação de seu governo obteve um patamar recorde de aprovação na série histórica do Datafolha na pesquisa realizada e divulgada hoje pelo instituto.

No levantamento atual, 83% dos eleitores brasileiros avaliaram sua administração como ótima ou boa.

Na semana passada, essa aprovação chegava a 82%. No mesmo período, o patamar dos que consideram seu governo regular passou de 14% para 13%, enquanto 3% dizem que ele é ruim ou péssimo, índice que se manteve.

Dois de cada três eleitores de Serra (67%) avaliam a gestão de Lula como ótima ou boa. Entre os eleitores de Dilma, esse índice chega a 96%.

Para 80% dos eleitores que votaram em Marina no primeiro turno, a gestão do petista é ótimo ou bom.

A nota atribuída ao governo Lula no atual levantamento é 8,2, a mesma registrada na semana passada.

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A UFRN escreve: depoimento de apoio a Dilma Rousseff

Muitos anos se passaram e a memória de entorpecida de alguns não registrou fatos relevantes. Quem não se lembra do desaparecimento misterioso, para nunca mais voltar ao seio dos seus lares, estudantes, professores, trabalhadores, pessoas que por possuir espírito nativista, não se acomodaram com o criminoso golpe contra a “Pátria Brasil”.

Éramos três irmãos, o primo e o intermediário, cuja diferença de idade era de quinze anos. Meus dois irmãos mais velhos militavam na política, desde muito sedo, participaram de muitas campanhas: pelo petróleo é nosso; posse de João Belquior Marques Gular e em defesa da democracia, pós golpe militar. Portanto, deles herdei toda postura política que exercito hoje, dos quais, tenho um sentimento de honra profunda. Porém, se meus irmãos tivessem sido guerrilheiros, eu estaria hoje, sentindo um grau de satisfação muito maior. Minha gratidão a Dilma Rossef que, a despeito de todos os riscos, diga-se de passagem, não era qualquer risco, pois a sua vida estava em jogo com o nobre propósito de defender o Brasil das ambições estrangeiras, intermediada pelos “lesa pátria”. Heroínas foram: Anita Garibalde, Joana Angélica, e porque não, Dilma Roussef. Enquanto a nossa heroína lutava bravamente, os vermes escorregavam dentre os esgotos mal cheirosos com o objetivo mesquinho de salvar, tão somente a sua própria pele desbotada e sem brilho. A camarada Dilma, nada mais é do que, uma heroína, hoje conhecida, que representa muitas outras anônimas que, a história não registrou. Sem a menor dúvida, estamos diante de uma oportunidade impar de eleger para a Presidência do país, uma mulher que orgulhará seu gênero e todo o povo brasileiro pelo seu passado e perspectivas futuras. Não podemos esquecer as raízes do viés defendido pelo brizolismo, que antes de tudo, defende a soberania nacional em todas as instâncias, do qual, Dilma Roussef teve origem.  Compatriotas, não se deixem levar pelas informações tendenciosas da mídia tendenciosa e venal, a serviço dos poderosos, em detrimento da sociedade brasileira. Finalizo questionando. Quando, a Rede Globo de televisão apoiou um candidato que defendesse os interesses do Brasil?

Prof. Raimundo Nonato Nunes – UFRN

 

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Diálogo dos Reitores das Universidades Federais com a Nação Brasileira

DIÁLOGO DOS REITORES COM A NAÇÃO BRASILEIRA

Inicialmente gostaríamos de comemorar com toda a sociedade brasileira
esse momento importante do exercício da cidadania que, por meio de
eleições democráticas, plena liberdade de imprensa e de expressão o povo
brasileiro pode escolher o seu destino, e esperamos nós, o caminho do
desenvolvimento e da inclusão das parcelas mais necessitadas por meio da
educação, da geração de emprego e renda com mais saúde e paz para todos.

É importante registrarmos o papel relevante que todos os partidos e
candidatos que participaram deste pleito tiveram na consolidação da
democracia. Igualmente importante é registrar que por opção dos eleitores
temos agora no segundo turno dois candidatos absolutamente responsáveis,
qualificados e com biografias de igual densidade que os fazem merecer o
respeito de todos nós.

Sabemos, portanto, que não está em disputa a preferência por nomes,
qualidades ou opiniões pessoais, mas sim projetos de desenvolvimento para
o Brasil.

Às vésperas de mais uma eleição para a Presidência da República, num
momento crucial para o país, os dirigentes das Universidades Federais
abaixo assinados, vêm a público manifestar sua opinião quanto ao futuro da
educação brasileira, mas também pelo conjunto de políticas públicas, e por
conseqüência com o modelo de sociedade e de desenvolvimento do país.
Posicionamo-nos para que não se interrompa a trajetória recente de
investimentos na expansão e qualificação das Universidades federais,
patrimônio nacional.

Este é um ato de cidadania. Em respeito ao direito dos brasileiros de
todas as regiões do país, não podemos admitir qualquer possibilidade de
retrocesso nos avanços dos últimos anos. Não aceitaremos o retorno de
situações como a que predominou no passado recente, quando, na contramão
da história, os orçamentos das instituições federais de ensino superior
despencaram em 25%, relativamente aos seus valores históricos, com o
sucateamento correspondente do parque universitário federal.

As políticas públicas do atual Governo com firmeza e decisão tomaram a
Universidade federal como opção de referência em qualidade e de integração
nacional. Os avanços são inegáveis: recuperação orçamentária; expansões
com a criação de quatorze novas Universidades e mais de cem campi em todas
as regiões do país, fora das capitais; criação da Universidade Aberta do
Brasil, que em breve proporcionará seiscentas mil novas vagas no sistema
público federal; liberação de recursos para novos investimentos, como
laboratórios, bibliotecas e salas de aula; aumento real dos orçamentos
para ciência, tecnologia e inovação. Nesse âmbito, um exemplo de grande
expressão é o Programa de Apoio aos Planos de Reestruturação e Expansão
das Universidades Federais (Reuni), com investimentos na ordem de oito
bilhões de reais.

Até 2012 serão 93.319 novas vagas e 1.285 novos cursos de graduação.
Destes, 696 são noturnos, 331 de licenciaturas, 640 de mestrados e 428 de
doutorados. O total de matrículas gratuitas e de qualidade alcançará 1,1
milhão de alunos. Neste momento também não podemos deixar de mencionar que
a reestruturação e a ampliação do financiamento dos hospitais
universitários em muito colaborou para a melhoria da saúde pública,
especialmente, para aqueles usuários mais necessitados.

Temos a opinião de que é preciso respeitar e apoiar a parcela de
instituições privadas que tratam a educação como um bem público e buscam a
qualidade, bem como fortalecer as parcerias da união com as instituições
estaduais e municipais e as de orientação confessionais.

Neste contexto é que a sociedade brasileira, especialmente os formadores
de opinião e as agremiações partidárias, deve compreender que, em um país
continental, políticas e serviços públicos de qualidade a que todo cidadão
tem direito, e a que o Estado se obriga, implicam em recursos financeiros
e humanos bem geridos, mas também substanciais e perenes, por isso os
recursos investidos em educação, em todos os níveis, devem alcançar 7% do
PIB. Esta revolução progressiva na educação brasileira deve ser acelerada.

Aqueles que defendem a tese de que os investimentos deveriam ser
destinados à educação básica em detrimento da educação superior,
equivocam-se e iludem a sociedade brasileira. O exemplo de países que
lideraram a revolução científico-tecnológica e, mais recentemente, Japão,
China, Índia e Coréia, demonstra que não há desenvolvimento econômico e
social nem afirmação de soberania nacional, sem Universidades fortes e
competentes. A educação é um sistema integrado e, portanto, precisa de
investimentos simultâneos, crescentes e articulados em todos os níveis, da
creche à pós-graduação.

Decisões políticas que resultaram em legislações estruturantes para uma
nova educação em todos os níveis devem ser destacadas e corroboram para a
opção que fazemos neste momento. A criação do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (Fundeb); a aprovação da PEC 59 que retorna à sua finalidade, a
educação, bilhões de reais e tornou progressivamente obrigatório o ensino
médio; a criação do piso salarial do professor; o fundo do pré-sal para o
financiamento da educação, da ciência e tecnologia, da cultura, da saúde e
do meio ambiente são alguns exemplos.

A política externa do país incentivou e viabilizou o intercâmbio de nossas
universidades com as suas congêneres de inúmeros países, sempre baseado no
mérito acadêmico e no respeito cultural, afastando preconceitos e dogmas
de qualquer natureza e assim colaborando pelo convívio pacífico entre os
povos e as nações.

Qualquer projeto sério de nação, conseqüente e sustentável, implica em
políticas arrojadas e revolucionárias para a educação, com a universidade
assumindo um papel de liderança na requalificação dos outros níveis de
educação e de instrumento de coesão das ações para o equilíbrio entre as
diversas regiões do país e de superação de desigualdades sociais entre os
brasileiros e a inserção soberana no concerto das nações. Neste momento, a
sociedade elege, mais uma vez, democraticamente, o seu projeto de nação.
Certamente há de escolher aquele programa que demonstra, efetivamente,
compromisso com a educação pública, na sua plenitude, como prioridade
nacional.

Muito há para fazer, mas cabe a nós, reitores e ex-reitores das
universidades federais, testemunharmos aos brasileiros e brasileiras a
ocorrência de avanços significativos e históricos na área de educação
especialmente no nível superior nos últimos oito anos, com reflexos
diretos em outras áreas como saúde, ciência e tecnologia, agricultura,
emprego e renda, reafirmando a necessidade de sua ampliação e
consolidação. Dessa maneira, cumprimos nosso dever de cidadãos e gestores
públicos responsáveis, apartidários e abertos ao diálogo, construindo e
defendendo a universidade pública de qualidade, patrimônio da cultura e da
sociedade brasileira e centro irradiador do desenvolvimento nacional.

Pela experiência do presente e do passado, mas, sobretudo olhando para o
futuro e comparando os projetos, manifestamos ao povo brasileiro que o
país precisa seguir mudando, por isso optamos por Dilma presidente.

Reitor Alan Kardeck Martins Barbiero (UFT)

Reitor Aloísio Teixeira (UFRJ)

Reitor Amaro Henrique Pessoa Lins (UFPE)

Reitora Ana Dayse Rezende Dórea (UFAL)

Reitora Célia Maria da Silva Oliveira (UFMS)

Reitor Damião Duque de Farias (UFGD)

Vice-reitor Darizon Alves de Andrade (UFU)

Reitor Dilvo Ilvo Ristoff (UFFS)

Reitor Edward Madureira Brasil (UFG)

Diretor-geral Flávio Antônio dos Santos (CEFET-MG)

Reitor Hélgio Henrique Casses Trindade (UNILA)

Reitor Henrique Duque de Miranda Chaves Filho(UFJF)

Reitor Jesualdo Pereira Farias (UFC)

Reitor João Carlos Brahm Cousin (FURG)

Reitor João Luiz Martins (UFOP)

Reitor José Carlos Tavares Carvalho (UNIFAP)

Reitor José Ivonildo do Rêgo (UFRN)

Reitor José Januário de Oliveira Amaral (UNIR)

Reitor José Weber Freire Macedo (UNIVASF)

Reitor Josivan Barbosa Menezes (UFERSA)

Reitor Josué Modesto dos Passos Subrinho (UFS)

Reitor Luiz de Sousa Santos Júnior (UFPI)

Reitor Luiz Cláudio Costa (UFV)

Reitora Malvina Tânia Tuttman (UNIRIO)

Reitora Maria Beatriz Luce (UNIPAMPA)

Reitora Maria Lúcia Cavalli Neder (UFMT)

Diretor-geral Miguel Badenes Prades Filho (CEFET-RJ)

Reitor Natalino Salgado Filho (UFMA)

Reitora Olinda Batista Assmar (UFAC)

Reitor Paulo Gabriel Soledade Nacif (UFRB)

Reitor Paulo Speller (UNILAB)

Reitor Pedro Angelo Almeida Abreu (UFVJM)

Reitor Ricardo Motta Miranda (UFRRJ)

Reitor Roberto de Souza Salles (UFF)

Reitor Rômulo Soares Polari (UFPB)

Reitor Targino Araújo Filho (UFSCar)

Reitor Thompson Fernandes Mariz (UFCG)

Reitor Valmar Corrêa de Andrade (UFRPE)

Ex-reitor Antônio Ibañez Ruiz (UnB)

Ex-reitor Arquimedes Diógenes Ciloni (UFU)

Ex-reitor Hidembergue Ordozgoith da Frota (UFAM)

Ex-reitor Jáder Nunes de Oliveira (UFPB)

Ex-reitor José Fernandes de Lima (UFS)

Ex-reitora Maria Margarida Martins Salomão (UFJF)

Ex-reitor Nelson Maculan Filho (UFRJ)

Ex-reitor Newton Lima Neto (UFSCar)

Ex-reitor Oswaldo Baptista Duarte Filho (UFSCar)

Ex-reitor René Teixeira Barreira (UFC)

Ex-reitora Wrana Maria Panizzi (UFRGS)

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Nicolelis: uma coisa estranha aconteceu em Natal

Uma coisa estranha aconteceu na noite passada em Natal

por Miguel Nicolelis*, especial para o Viomundo

Desde que cheguei ao Brasil, há duas semanas, eu vinha sentindo uma sensação muito estranha. Como se fora acometido por um ataque contínuo da famosa ilusão, conhecida popularmente como déjà vu, eu passei esses últimos 15 dias tendo a impressão de nunca ter saído de casa, lá na pacata Chapel Hill, Carolina do Norte, Estados Unidos.

Mas como isso poderia ser verdade? Durante esse tempo todo eu claramente estava ou São Paulo ou em Natal. Todo mundo ao meu redor falava português, não inglês. Todo mundo era gentil. A comida tinha gosto, as pessoas sorriam na rua. No aeroporto, por exemplo, não precisava abrir a mala de mão, tirar computador, tirar sapato, tirar o cinto, ou entrar no scan de corpo todo para provar que eu não era um terrorista.  Ainda assim, com todas essas provas evidentes de que eu estava no Brasil e não nos EUA, até no jogo do Palmeiras, no meio da imortal “porcada”, a sensação era a mesma: eu não saí da América do Norte! Mesmo quando faltou luz na Arena de Barueri durante o jogo, porque nem a 25 km da capital paulista a Eletropaulo consegue garantir o suprimento de energia elétrica para um prélio vital do time do coração do ex-governador do estado (aparentemente ninguém vai muito com a cara dele na Eletropaulo. Nada a ver com o Palmeiras), eu consegui me sentir à vontade.

Custou-me muito a descobrir o que se sucedia.

Porém, ontem à noite, durante o debate dos candidatos a Presidência da República na Rede Record, uma verdadeira revelação me veio à mente. De repente, numa epifania, como poucas que tive na vida, tudo ficou muito claro. Tudo evidente. Não havia nada de errado com meus sentidos, nem com a minha mente. Havia, sim, todo um contexto que fez com que o meu cérebro de meia idade revivesse anos de experiências traumatizantes na América do Norte.

Pois ali na minha frente, na TV, não estava o candidato José Serra, do PSDB, o “partido do salário mais defasado do Brasil”, como gostam de frisar os sofridos professores da rede pública de ensino paulistana, mas sim uma encarnação perfeita, mesmo que caricata, de um verdadeiro George Bush tropical. Para os que estão confusos, eu me explico de imediato. Orientado por um marqueteiro que, se não é americano nato, provavelmente fez um bom estágio na “máquina de moer carne de candidatos” em que se transformou a indústria de marketing político americano, o candidato Serra tem utilizado todos os truques da bíblia Republicana. Como estudante aplicado que ainda não se graduou (fato corriqueiro na sua biografia), ele está pronto para realizar uns “exames difíceis” e ser aceito para uma pós-graduação em aniquilação de caracteres em alguma universidade de Nova Iorque.

Ao ouvir e ver o candidato, ao longo dessas duas semanas e no debate de ontem à noite, eu pude identificar facilmente todos os truques e estratégias patenteados pelo partido Republicano Americano. Pasmem vocês, nos últimos anos, essa mensagem rasa de ódio, preconceito, racismo, coberta por camadas recentes de fé e devoção cristã, tem sido prontamente empacotada e distribuída para o consumo do pobre povo daquela nação, pela mídia oficial que gravita ao seu redor.

Para quem, como eu, vive há  22 anos nos EUA, não resta mais nenhuma dúvida. Quem quer que tenha definido a estratégia da campanha do candidato Serra decidiu importar para a disputa presidencial brasileira tanto a estratégia vergonhosa e peçonhenta da “vitória a qualquer custo”, como toda a truculência e assalto à verdade que têm caracterizado as últimas eleições nos Estados Unidos.  Apelando invariavelmente para o que há de mais sórdido na natureza humana, nessa abordagem de marketing político nem os fatos, nem os dados ou as estatísticas, muito menos a verdade ou a realidade importam. O objetivo é simplesmente paralisar o candidato adversário e causar consternação geral no eleitorado, através de um bombardeio incessante de denúncias (verdadeiras ou não, não faz diferença), meias calúnias, ou difamações, mesmo que elas sejam as mais absurdas possíveis.

Assim, de repente, Obama não era mais americano, mas um agente queniano obcecado em transformar a nação americana numa república islâmica. Como lá, aqui Dilma Rousseff agora é chamada de búlgara, em correntes de emails clandestinos. Como os EUA de Bill Clinton, apesar de o país ter experimentado o maior boom econômico em recente memória, foi vendido ao povo americano como estando em petição de miséria pelo então candidato de primeira viagem George Bush.

Aqui, o Brasil de Lula, que desfruta do melhor momento de toda a sua história, provavelmente desde o período em que os últimos dinossauros deixaram suas pegadas no que é hoje o município de Sousa, na Paraíba, passa a ser vendido como um país em estado de caos perpétuo, algo alarmante mesmo. Ao distorcer a verdade, os fatos, os números e, num último capítulo de manipulação extremada, a própria percepção da realidade, através do pronto e voluntário reforço  do bombardeio midiático, que simplesmente repete o trololó do candidato (para usar o seu vernáculo favorito), sem crítica, sem análise, sem um pingo de honestidade jornalística, busca-se, como nos EUA de George Bush e do partido Republicano, vender o branco como preto, a comédia como farsa.

Não interessa que 26 milhões de brasileiros tenham saído da miséria. Nem que pela primeira vez na nossa história tenhamos a chance de remover o substantivo masculino “pobre” dos dicionários da língua portuguesa. Não faz a menor diferença que 15 milhões de novos empregos tenham sido criados nos últimos anos. Ou que, pela primeira vez desde que se tem notícia, o Brasil seja respeitado por toda a comunidade internacional. Para o candidato da oposição esse número insignificante de empregos é, na sua realidade marciana, fruto apenas de uma maior fiscalização que empurrou com a barriga do livro de multas 10 milhões de pessoas para o emprego formal desde o governo do imperador FHC.

Nada, nem a realidade, é  capaz de impressionar os fariseus e arautos que estão sempre prontos a denegrir o sucesso desse país de mulatos, imigrantes e gente que trabalha e batalha incansavelmente para sobreviver ao preconceito, ao racismo, à indiferença e à arrogância daqueles que foram rejeitados pelas urnas e vencidos por um mero torneiro mecânico que virou pop star da política internacional. Nada vai conseguir remover o gosto amargo desse agora já fato histórico,  que atormenta, como a dor de um membro fantasma, o ego daqueles que nunca acreditaram ser o povo brasileiro capaz de construir uma nação digna, justa e democrática com o seu próprio esforço. Como George Bush ao Norte, o seu clone do hemisfério sul não governa para o povo, nem dele busca a sua inspiração. A sua busca pelo poder serve a outros interesses; o maior deles, justiça seja feita, não é escuso, somente irrelevante, visto tratar-se apenas do arquivo morto da sua vaidade, o maior dos defeitos humanos, já dizia dona Lygia, minha santa avó anarquista. Para esse candidato, basta-lhe poder adicionar no currículo uma linha que dirá: Presidente do Brasil (de tanto a tanto). Vaidade é assim, contenta-se com pouco, desde que esse pouco venha embalado num gigantesco espelho.

Voltando à estratégia americana de ganhar eleições, numa segunda fase, caso o oponente sobreviva ao primeiro assalto, apela-se para outra arma infalível: a evidente falta de valores cristãos do oponente, manifestada pela sua explícita aquiescência para com o aborto; sua libertinagem sexual e falta de valores morais, invariavelmente associada à defesa do fantasma que assombra a tradição, família e propriedade da direita histérica, representado pela tão difamada quanto legítima aprovação da união civil de casais homossexuais. Nesse rolo compressor implacável, pois o que vale é a vitória, custe o que custar, pouco importa ao George Bush tupiniquim que milhares de mulheres humildes e abandonadas morram todos os anos, pelos hospitais e prontos-socorros desse Brasil afora, vítimas de infecções horrendas, causadas por abortos clandestinos.

George Bush, tanto o original quanto o genérico dos trópicos, provavelmente conhece muitas mulheres do seu meio que, por contingências e vicissitudes da vida, foram forçadas a abortos em clínicas bem equipadas, conduzidas por profissionais altamente especializados, regiamente pagos para tal prática. Nenhum dos dois George Bushes, porém, jamais deu um plantão no pronto-socorro do Hospital das Clínicas de São Paulo e testemunhou, com os próprios olhos e lágrimas, a morte de uma adolescente, vítima de septicemia generalizada, causada por um aborto ilegal, cometido por algum carniceiro que se passou por médico e salvador.

Alguns amigos de longa data, que também vivem no exterior, andam espantados com o grau de violência, mentiras e fraudes morais dessa campanha eleitoral brasileira. Alguns usam termos como crime lesa pátria para descrever as ações do candidato do Brasil que não deu certo, seus aliados e a grande mídia.

Poucos se surpreenderam, porém, com o fato de que até o atentado da bolinha de papel foi transformado em evento digno de investigação no maior telejornal do hemisfério sul (ou seria da zona sul do Rio de Janeiro? Não sei bem). No caso em questão, como nos EUA, a dita grande imprensa que circunda a candidatura do George Bush tupiniquim acusa o Presidente da República de não se comportar com apropriado decoro presidencial, ao tirar um bom sarro e trazer à tona, com bom humor, a melhor metáfora futebolística que poderia descrever a farsa. Sejamos honestos, a completa fabricação, desmascarada em verso, prosa e análise de vídeo, quadro a quadro, por um brilhante professor de jornalismo digital gaúcho.

Curiosamente, a mesma imprensa e seus arautos colunistas não tecem um único comentário sobre a gravidade do fato de ter um pretendente ao cargo máximo da República ter aceitado participar de uma clara e explicita fabricação. Ou será que esse detalhe não merece algumas mal traçadas linhas da imprensa? Caso ainda estivéssemos no meio de uma campanha tipicamente brasileira, o já internacionalmente famoso “atentado da bolinha de papel” seria motivo das mais variadas chacotas e piadas de botequim. Mas como estamos vivendo dentro de um verdadeiro clone das campanhas americanas, querem criminalizar até a bolinha de papel. Se a moda pega, só eu conheço pelo menos uns dez médicos brasileiros, extremamente famosos, antigos colegas de Colégio Bandeirantes e da Faculdade de Medicina da USP, que logo poderiam estar respondendo a processos por crimes hediondos, haja vista terem sido eles famosos terroristas do passado, que se valiam, não de uma, mas de uma verdadeira enxurrada, dessas armas de destruição em massa (de pulgas) para atingir professores menos avisados, que ousavam dar de costas para tais criminosos sem alma .

Valha-me Nossa Senhora da Aparecida — certamente o nosso George Bush tupiniquim aprovaria esse meu apelo aos céus –, nós, brasileiros, não merecemos ser a próxima vítima do entulho ético do marketing eleitoral americano. Nós merecemos algo muito melhor.  Pode parecer paranoia de neurocientista exilado, mas nos EUA eu testemunhei como os arautos dessa forma de fazer política, representado pelo George Bush original e seus asseclas,  conseguiram vender, com grande sucesso e fanfarra, uma guerra injustificável, que causou a morte de mais de 50 mil americanos e centenas de milhares de civis iraquianos inocentes.

Tudo começou com uma eleição roubada, decidida pela Corte Suprema. Tudo começou com uma campanha eleitoral baseada em falsas premissas e mentiras deslavadas. A seguir, o açodamento vergonhoso do medo paranóico, instilado numa população em choque, com a devida colaboração de uma mídia condescendente e vendida, foi suficiente para levar a maior potência do mundo a duas guerras imorais que culminaram, ironicamente, no maior terremoto econômico desde a quebra da bolsa de 1929.

Hoje os mesmos Republicanos que levaram o país a essas guerras irracionais e ao fundo do poço financeiro acusam o Presidente Obama de ser o responsável direto de todos os flagelos que assolam a sociedade americana, como o desemprego maciço, a perda das pensões e aposentadorias, a queda vertiginosa do valor dos imóveis e a completa insegurança sobre o que o futuro pode trazer, que surgiram como conseqüência imediata das duas catastróficas gestões de George Bush filho.

Enquanto no Brasil criam-se 200 mil empregos pro mês, nos EUA perdem-se 200 mil empregos a cada 30 dias. Confrontado com números como esses, muitos dos meus vizinhos em Chapel Hill adorariam receber um passaporte brasileiro ou mesmo um visto de trabalho temporário e mudar-se para esse nosso paraíso tropical. Eles sabem pelo menos isto: o mundo está mudando rapidamente e, logo, logo, no andar dessa carruagem, o verdadeiro primeiro mundo vai estar aqui, sob a luz do Cruzeiro do Sul!

Fica, pois, aqui o alerta de um brasileiro que testemunhou os eventos da recente história política americana em loco. Hoje é a farsa do atentado da bolinha de papel. Parece inofensivo. Motivo de pilhéria. Eu, como gato escaldado, que já viu esse filme repulsivo mais de uma vez, não ficaria tão tranqüilo, nem baixaria a guarda. Quem fabrica um atentado, quem se apega ou apela para questões de foro íntimo, como a crença religiosa (ou sua inexistência), como plataforma de campanha hoje, é o mesmo que, se eleito, se sentirá livre para pregar peças maiores, omitir fatos de maior relevância e governar sem a preocupação de dar satisfações aqueles que, iludidos, cometeram o deslize histórico de cair no mais terrível de todos os contos do vigário, aquele que nega a própria realidade que nos cerca.

Aliás, ocorre-me um último pensamento. A única forma do ex-presidente (Imperador?) Fernando Henrique Cardoso demonstrar que o seu governo não foi o maior desastre político-econômico, testemunhado por todo o continente americano, seria compará-lo, taco a taco, à catastrófica gestão de George Bush filho. Sendo assim, talvez o candidato Serra tenha raciocinado que, como a sua probabilidade de vitória era realmente baixa,  em último caso, ele poderia demonstrar a todo o Brasil quão melhor o governo FHC teria sido do que uma eventual presidência do George Bush genérico do hemisfério sul. Vão-se os anéis, sobram os dedos. Perdido por perdido, vamos salvar pelo menos um amigo. Se tal ato de solidariedade foi tramado dentro dos circuitos neurais do cérebro do candidato da oposição (truco!), só me restaria elogiá-lo por este repente de humildade e espírito cristão.

Ciente, num raro momento de contrição, de que algumas das minhas teorias possam ter causado um leve incômodo, ou mesmo, talvez, um passageiro mal-estar ao candidato, eu ousaria esticar um pouco do meu crédito junto a esse grande novo porta-voz do cristianismo e fazer um pequeno pedido, de cunho pessoal, formulado por um torcedor palmeirense anônimo, ao candidato da oposição. O pedido, mais do que singelo, seria o seguinte:

Candidato, será  que dá pro senhor pedir pro governador Goldman ou pro futuro governador Dr. Alckmin para eles não desligarem a luz da Arena Barueri na semana que vem? Como o senhor sabe, o nosso Verdão disputa uma vaguinha na semifinal da Copa Sulamericana e, aqui entre nós, não fica bem outro apagão ser mostrado para todo esse Brazilzão, iluminado pelo Luz para Todos, do Lula. Afinal de contas, se ocorrer outro vexame como esse, o povão vai começar a falar que se o senhor não consegue nem garantir a luz do estádio pro seu time do coração jogar, como é que pode ter a pretensão de prometer que vai ter luz para todo o resto desse país enorme? Depois, o senhor vem aqui e pergunta por que eu vou votar na Dilma? Parece abestalhado, sô!

* Miguel Nicolelis é um  dos mais importantes neurocientistas do mundo. É professor da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, e criador do Instituto Internacional de Neurociência de Natal, (RN). Em 2008, foi indicado ao Prêmio Nobel de Medicina.

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Agora, a revolução cidadã?

Se a figura anônima, sinistra e multiforme do caluniador dominou a cena da última quinzena do primeiro turno das eleições, parece ser agora a figura pública, irradiante e multitudinária do cidadão ativo que vai ao centro. Se a primeira fazia da mídia empresarial a sua morada e espelho de amplificação, a segunda está nas ruas, das cidades ou virtuais, com suas vozes e gestos insubmissos.

Se, ao final do primeiro turno, a candidatura Serra havia se encorpado à direita, como se o inconsciente conservador brasileiro tivesse vindo à tona, de fanáticos religiosos ao que há de protofascismo entendido como reação agressiva à presença dos pobres e negros na democracia brasileira, a candidatura Dilma Roussef está se encorpando claramente à esquerda.

À postura saliente do clero de ultra-direita, a tradição da Teologia da Libertação, com Dom Pedro Casaldáliga , Dom Tomaz Balduíno, Leonardo Boff e Frei Betto à frente, tomou em uníssomo o seu posicionamento político unitário mais importante nos últimos dez anos. O voto crítico do PSOL em Dilma Roussef, com a derrota dos setores mais sectários, deve ser justamente valorizado para diálogos futuros. O engajamento nítido e vibrante do MST, que já havia decidido o “voto contra Serra” no primeiro turno, assim como da Consulta Popular, ajudaram a criar uma espécie de frente única dos movimentos sociais.

Em torno ao posicionamento de Chico Buarque, esta espécie de fundamento gauche do que há de melhor na tradição cultural brasileira, promoveu-se, enfim, o encontro dos artistas e intelectuais no Rio de Janeiro, elaborando pela primeira vez uma espécie de aura lírica da campanha. Reitores de universidades federais, professores e cientistas de todo o país, a UNE com suas tradições e rebeldias estudantis, vieram a público dar testemunho dos progressos qualitativos alcançados nos governos Lula.

O que havia de esquerda e progressista em torno à candidatura de Marina decidiu-se pelo apoio à candidatura Dilma. Esta consciência ecológica crítica é fundamental pois nela está, de novo, a reivindicação do eco-socialismo, da fusão do vermelho e do verde. O posicionamento equívoco de Marina, equilibrando-se com os setores fisiológicos e conservadores do PV, frustrou e entristeceu quem apostava na reafirmação dos seus compromissos com os pobres e oprimidos do Brasil.

Houve, de enorme importância, um fenômeno novo: a formação de uma vastíssima rede democrática na Internet, informativa e argumentativa, com picos que eram registrados inclusive como recordes na rede mundial. Alguns blogs – como o da Cidadania de Eduardo Guimarães, o Blog de Rodrigo Vianna, de Nassif, o portal da Carta Maior e o portal da Carta Capital, e dezenas de outros – passaram a centralizar e dialogar com centenas de milhares de pessoas cotidianamente. Jornais eletrônicos diários de campanha passaram a ser feitos.

Mas, principalmente, tomada de um sentimento dramático, a militância cidadã da esquerda brasileira, entendida em uma significação muito ampla, como social, política e cultural ao mesmo tempo, como centenas de milhares, talvez como alguns milhões de ativistas, entraram decididamente na campanha. Em Belo Horizonte, mesmo após as divisões e derrotas amargas colhidas no primeiro turno, esta militância cidadã fez o que parecia impossível e que desde 1989 não era feito: conseguiu abraçar a Avenida do Contorno, a principal avenida da cidade, em um encontro de antigas e novas gerações, repondo no centro da vida pública da capital de Minas os motivos e esperanças da esquerda. O jornal Estado de Minas, de domingo 24 de outubro, trazia a chamada discretamente estampada na página 13: “Militância do PT repete a campanha de Lula e volta às ruas em apoio à candidatura de Dilma” e a manchete: “Abraço à Contorno depois de 21 anos”.

Como anotou Maria Inez Nassif, no jornal Valor Econômico, desde 2002 a esquerda brasileira não alcançava um arco tão amplo. Mas talvez, nem aí, no momento daquela vitória histórica, este arco fosse socialmente tão vasto e tão colorido.

Revolução democrática: o nome que precisa ser dito
O segundo turno das eleições de 2006 pode ser entendido historicamente como uma derrota política programática dos neoliberais, mais nítida ainda daquela que ocorreu em 2002. O ataque central feito às privatizações desmontou a identidade da candidatura Alckmin que, certamente obedecendo aos estímulos do marketing político que lhe soprava que esta agenda era impopular, apareceu vestido em uma camiseta da Caixa Econômica Federal. Não é apenas por ser uma imagem, mas exatamente por expressar um conceito, que a figura algo ridícula do conservador de terno preto Alckmin vestindo uma camiseta de uma estatal significou o segundo turno: ele veio a ter menos votos do que aqueles obtidos no primeiro turno.

E como se expressasse imediatamente a conquista pública obtida neste segundo turno, uma nova legitimidade para a ação econômica do Estado e para as políticas sociais, o segundo governo Lula foi exatamente marcado pelo PAC e pela expansão do emprego, do salário-mínimo, das políticas sociais, da agricultura familiar, que vieram coladas e impulsionando as novas dinâmicas macro-econômicas.

Mas se fomos capazes de compreender que Serra estava escavando uma possibilidade de vitória, articulando uma frente ampla liberal-conservadora, fanática religiosa e proto-fascista, é absolutamente necessário que revelemos claramente para o cidadão brasileiro – e para nós próprios! – o sentido e o nome do que estamos construindo. No caso de Serra, trata-se exatamente de um projeto de uma contra-revolução democrática, no sentido de que todas as conquistas democráticas obtidas nos dois mandatos de Lula – de não repressão e participação dos movimentos sociais, de direitos do trabalho e novos direitos sociais, de soberania nacional e reposicionamento público do estado – estariam em perigo com uma eventual vitória.

Se compreendemos a política democrática como formação de consensos sociais amplos, de razões argumentativas que disputam legitimidades e interesses publicamente, então, a comunicação não pode ser mais vista como externa à política. Não se faz a política e, depois, a comunicação. O conceito e a imagem estão já no próprio ato da política democrática. Assim, se não falamos inteiramente a linguagem da democracia, um campo será aberto, como foi no primeiro turno, para que um discurso liberal conservador ocupe o centro da cena. Se não falamos que lutamos contra a corrupção – é impressionante que este tema não tenho sido sequer abordado nos programas de Dilma – então, ficamos vulneráveis à acusação incessante e diariamente repetida que o PT e o governo Lula são corruptos.

Quando se fala dos feitos do governo Lula mas não se fala da sua base cidadã ativa, que tornou possível estes feitos, então, é como se um recado de desmobilização fosse transmitido. Quando criticamos a mídia empresarial, é porque ela seca o pluralismo de opiniões, dá voz aos poderosos e fecha a boca da população, é porque queremos uma opinião pública democrática, mais plural, mais informada e mais reflexiva no país. Se não falamos isto, então, ficamos de novo vulneráveis à campanha que somos a favor da volta da censura do estado quando criticamos a mídia empresarial.

Neste segundo turno, a campanha de Dilma adquiriu claramente – desde o debate decisivo da tv Bandeirantes, logo no início do segundo turno – um discurso político antagonístico ( ao contrário da propaganda auto-referida do primeiro turno), passou a dialogar com o movimento ativo das suas bases democráticas e sociais e, principalmente, foi capaz de recolocar no centro da agenda de campanha o eixo aprofundamento das mudanças ou retrocesso do Brasil. Todas as pesquisas publicadas – na média de seus índices e nas linhas dinâmicas da definição de voto – refletem estas vitórias políticas da campanha de Dilma sobre a campanha reacionária dirigida pelo PSDB.

Mas o que acontecerá nesta última semana?

O retorno do caluniador ?

Utilizando-se de uma analogia militar para caracterizar a “fúria midiática” nestes últimos dias das eleições, Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, fala em “bombardeio de saturação”. Utilizando-se de um raciocínio semelhante, um outro analista fala da “concentração de todas as calúnias” a partir de um artifício – “uma igreja evangélica queimada”, um carro de reportagem da Globo depredado ou qualquer outro fato que se possa imaginar. Uma “armação” imprevista será feita no último debate da Globo?

Esperar expectante, angustiado e ansioso ou, pior ainda, dar já por vencida uma eleição que não foi conquistada?

Decididamente, esta não é a melhor atitude: é preciso uma iniciativa política central, que marque os dias finais da provável vitória de Dilma e que neutralize a ação potencial dos reacionários. Nos seus últimos dias de campanha, a candidatura Tarso Genro conseguiu neutralizar a pressão de voto pelo segundo turno e o anti-petismo forte no Sul, ocupando a cena política com um “Pacto Republicano”, frente a entidades sociais e democráticas do Estado, assumindo compromissos de direitos e participação cidadã, soldando sua base política e social.

Já se elaborou no centro do governo Lula, a proposta da Consolidação das Leis Sociais, articulada à institucionalização das Conferências Nacionais e de todo uma cultura participativa no governo federal. Por que não trazê-la à público agora, como síntese que solda e aglutine toda a base política e social que sustenta a candidatura Dilma?

Voto a voto, até a última hora do último dia, a militância cidadã da campanha de Dilma está em expansão. Confirmando que estamos diante do maior épico feminino de nossa história, a foto de Dilma – militante dos anos sessenta, candidata à presidência – já aparece em dezenas de milhares de camisetas militantes em todo o Brasil. Esta Dilma presentificada estava por todos os lados, por mais de vinte pontos, no abraço à avenida do Contorno em Belo Horizonte. Nesta imagem da multiplicação democrática de sua figura, na linha do passado e do futuro, mora o conceito da revolução democrática.

Juarez Guimarães, Cientista Político, UFMG. Publicado em http://www.cartamaior.com.br

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Bolsas: FHC/Serra x Lula/Dilma

O gráfico abaixo demonstra o vultoso crescimento da concessão de bolsas de mestrado e doutorado durante o Governo Lula/Dilma. Ele foi elaborado pelo interneuta Rafael Montenegro com informações da CAPES e CNPq. Mais um quadro comparativo que demonstra o fortalecimento das políticas de financiamento da educação, ciência e tecnologia durante o atual governo. (clique na imagem para ampliar).

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Marilena Chauí alerta sobre atos de violência para culpar PT

A matéria abaixo foi sugerida pelo internauta Caio Dorneles. Ela chama a atenção para a denúncia feita pela filósofa Marilena Chauí sobre possíveis atos de militantes psdbistas associando o PT à violência.

O UFRN com Dilma aproveita para lembrar: todo cuidado é pouco; não ceder a provocações é preciso.

São Paulo – A filósofa Marilena Chaui denunciou nesta segunda-feira (25) uma possível articulação para tentar relacionar o PT e a candidatura de Dilma Rousseff a atos de violência. Ela afirmou, diante de um público de quase 2 mil pessoas, que soube de uma possível ação violenta que seria montada para incriminar o PT durante comício do candidato José Serra (PSDB) na próxima sexta-feira (29).

Segundo Marilena, a promessa dos participantes da suposta armação seria de “tirar sangue” durante o comício. As cenas seriam usadas sem que a campanha petista tivesse tempo de responder. “Dois homens diziam: ‘dia 29, nós vamos acertar tudo, vamos trazer o pessoal vestidos com camisetas do PT, carregando bandeiras do PT e vão atacar pra tirar sangue, no comício do Serra”, reafirmou a filósofa, em entrevista à Rede Brasil Atual. “É preciso alertar a sociedade brasileira toda, alertar São Paulo e alertar os petistas”, pediu Marilena. A ação estaria em planejamento em um bar de São Paulo, no final de semana.

Para exemplificar o caso, ela disse que se trata de um novo caso Abílio Diniz. Em 1989, o sequestro do empresário foi usado para culpar o PT e o desmentido só ocorreu após a eleição de Fernando Collor de Melo.

A denúncia foi feita durante encontro de intelectuais e pessoas ligadas à cultura, estudantes e professores universitários e políticos, na USP, em São Paulo.  “Não vai dar tempo de explicar que não fomos nós. Por isso, espalhem pelas redes sociais”, divulguem.

Ela também criticou a campanha de Serra nestas eleições. “A campanha tucana passou do deboche para a obscenidade e recrutou o que há de mais reacionário, tanto na direita quanto nas religiões.”

Em entrevista ao blog Escrevinhador, de Rodrigo Vianna, o jornalista  Tony Chastinet já alertava sobre possíveis técnicas utilizadas para associar o PT à violência.

Mais panfletos

Também nesta segunda-feira o PT registrou um Boletim de Ocorrência (BO) no 45º DP contra um grupo que distribuía material irregular contra Dilma Rousseff na Praça Luis Neri, no bairro de Perus, em São Paulo. Aproximadamente 30 pessoas foram identificadas com o uniforme “Turma do Bem”; cinco foram presos em flagrante.

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Segundo Marina, Dilma aderiu a mais pontos do seu programa de governo

Da rede Brasil Atual:

São Paulo – A senadora Marina Silva (PV-AC) afirmou que a campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República aderiu a mais pontos de seu plano de governo. O balanço foi feito a partir de dez itens chaves encaminhados a cada uma das campanhas antes da definição da posição da legenda, no dia 17. A terceira colocada no primeiro turno da corrida ao Palácio do Planalto sustenta que houve pontos em que tanto a governista como o oposicionista José Serra (PSDB) concordaram com propostas dos verdes.

A declaração foi feita em entrevita a Kennedy Alencar, jornalista da Folha de S. Paulo, em entrevista em vídeo ao “É notícia”. Embora tenha definido não aderir a nenhuma das candidaturas para o segundo turno, a avaliação indica maior afinidade com a candidatura governista. “Não é neutralidade”, explicou. Isso porque, em sua visão, o fato de não apoiar outro concorrente envolve análise crítica das posições apresentadas. Os compromissos de cada coligação foram feitos por escrito.

Marina explicou que os ex-coordenadores de sua campanha Basileu Margarido Neto (que ocupou a presidência do Ibama) e Alfredo Sirkis (vereador pelo Rio de Janeiro) foram os responsáveis por dialogar com representantes das campanhas adversárias. De um lado, o interlocutor foi Marco Aurélio Garcia (PT), assessor especial da Presidência da República e coordenador da campanha de Dilma. Do outro, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), senador eleito, e Xico Graziano (PSDB), ex-secretário do Meio Ambiente de São Paulo.

“(Na convenção) fizemos um quadro onde estavam nossos dez pontos, as respostas da ministra Dilma, as respostas do governador Serra, para que os convencionais pudessem avaliar”, descreveu. “Alfredo (Sirkis) fez um informe e o que ele disse (…) é de que houve um acolhimento um pouco maior por parte da candidatura da ministra Dilma e um acolhimento um pouco menor por parte da candidatura do governador Serra. Nenhum dos dois se comprometeu com a integralidade dos pontos”, analisou.

Dilma e Serra concordaram com o PV em aspectos como a educação. “O que precisa ser feito é levar a concordância para a atitude prática, para resultado efetivo”, enfatiza Marina. Na entrevista, ela voltou a classificar seus concorrentes como “competentes” e “com perfil gerencial, como eu dizia no primeiro turno”. Ela criticou o “promessômetro” dos candidatos, em referência à promessa de reajustar o salário mínimo para R$ 600 antes mesmo de ter dimensão das contas públicas.

Clique aqui para assistir.

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